quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Cuidado com os olhos azuis

Você pode achar que está vendo uma história de zumbis. Ou talvez, uma repaginada do enredo da trajetória de um anel poderoso, ou quem sabe de uma terra distante que tem entrada por um guarda roupa? 

Pode ser tudo isso, mas na verdade estamos falando de Game of Thrones. A história dos sete reinos de Westeros, que tem dragões, que tem belas paisagens, muitos personagens, muitoooo personagens, (o principal é a própria morte) e mistérios.

A série produzida pela HBO é uma adaptação dos livros, de sucesso demorado (o primeiro livro foi lançado em 1996) do roteirista por profissão George R.R. Martin. A saga das crônicas de Gelo e Fogo (nome original) ganhou prêmios antes de estourar na TV.

Com capítulos exclusivos para personagens, George vai descortinando as terras imaginadas por ele. Isso, com toda a certeza, deixou a construção da série muito mais rica e como consequência o sucesso crescente e estrondoso que conquistou durante as 4 temporadas que foram ao ar.

As locações, figurinos, personagens seguem fielmente, tanto quanto possível, o que está nos livros. Game of Thrones (título do primeiro livro) é a história do Trono de Ferro e o que as pessoas são capazes de fazer para conquista-lo. Numa época antiga, de costumes primários e que a honra e poder estão acima de qualquer outra coisa.

A adaptação para TV obviamente mudou algumas coisas (tendo umas que eu, particularmente achei desnecessário) ignorou alguns personagens e até criou outros. Encontrou lugares magníficos para locações e um elenco de peso.

Os sete reinos devem obediência ao rei que fica em Porto Real, sendo que cada canto desses 7 reinos tem seus senhores que são autoridade naquela região. (Lembram das aulas de História que explicavam sobre feudalismo? Pois é, o sistema é esse mesmo).

A paz desse grande reino foi embora quando o príncipe resolveu tomar para si uma donzela prometida a outro nobre. O homem lesado não se conforma e começa a cassada por sua amada e como consequência desse ato, temos guerra, massacre da família real e um novo dono do trono de ferro, o homem traído.

Esse homem é Robert Baratheon, que mais tarde vamos descobrindo que foi um homem traído a vida inteira. Sua amada "roubada" foi Lyanna Stark, morta durante a batalha. A partir dai muitas coisas acontecem, muitas profecias são feitas e muitas teorias são conspiradas.

Sabemos que o melhor amigo de Robert, irmão de Lyanna, Eddard Stark, é um homem de muita honra, mas que apareceu com um filho bastardo, o que sua esposa nunca perdoou completamente. Jon, o garoto que nunca conheceu a mãe, tenta ao máximo não decepcionar o pai e descobrir suas origens. Fato nunca alcançado. Logo no início da história fica órfão do pai, que saiu de seu frio castelo no Norte para tentar descobrir como seu cunhado, o então conselheiro do Rei (famoso Mão do Rei) havia sido morto. Eddard tem o mesmo fim, só que degolado acusado de traição, o que todo mundo sabe, é mentira.

A armação é toda criada pela verdadeira traidora, Cersei Lannister, a rainha, que tem três filhos com o próprio irmão gêmeo. A morte do senhor de Winterffil (ou senhor do norte) e do rei, porque sim, Robert também é "morto", por mais que as aparências enganem, desencadeia uma série de acontecimentos, a maioria trágicos, que mudará todo o cenário dos Setes Reinos. 

Muitas famílias resolvem revendicar o trono, por acreditarem com são os merecedores, cada um com seus motivos. E nesse desenrolar que temos personagens marcantes como Tyron, Arya, Jon, Brienne, Jaime, Mindinho, Daenerys... Fora fatos e histórias, aparentemente paralelas, que ajudam a desvendar, ou dão a ilusão que ajudam, mistérios, como quem é a mãe de Jon Snow e se seu pai era realmente Eddard Stark.

Ainda temos dragões, homens "mágicos", como o que ajuda Arya na sua fuga sem fim, e homens brancos, ou caminhantes brancos (zumbis!) que voltam da morte com seus olhos azuis em busca de mais vítimas, colocando todo o reino em risco, tanto que até aqueles que se dizem o povo livre, quer se proteger nas asas do rei dos setes reinos.

Game of Thrones é uma série rica em seus detalhes, que as vezes pesa a mão no sangue e no sexo e (talvez por isso) possuidora da maior audiência da HBO. É também detentora de grandes prêmios, como Emmy's.

A história dos setes reinos é grande e ainda nem tem um fim, George ainda está escrevendo o sexto, de sete livros prometidos. O negócio é ter paciência. Enquanto o livro não vem, a HBO já está começando as gravações da 5 temporada, baseadas no livro quatro e quem sabe no quinto também. A expectativa de estréia é para o primeiro semestre de 2015.

Segurem suas espadas, se esquentem com um bom vinho de Dorne e se preparem, o inverno está chegando e no jogo dos tronos, ou você ganha ou você morre


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Meu nome é Oliver Queen

Um playboy bilionário sofre um trauma em sua vida e resolve que dali em diante tudo será diferente e, para que isso aconteça, ele precisa se tornar um herói mascarado sempre pronto para combater o crime em sua cidade natal, corrompida por diversos tipos de criminosos. 
“Ué, cara, mas esse blog aqui é de série ou é de filme?” você deve estar se perguntando, e eu digo que tudo bem, a dúvida é normal depois desse parágrafo aí de cima. Pra maioria, eu acabei de descrever, meio simplificado demais, a saga de Bruce Wayne, também conhecido como Batman ou para os que preferem os nomes aportuguesados, o bom e velho Homem-morcego. Contuuuuuudo, não. Não é dele que eu estou falando. Gotham City não é a cidade tema do meu assunto de hoje. Starling City por outro lado, essa sim tem tudo a ver.

Parece que a DC gostou desse tema “playboy bilionário traumatizado transformado em herói mascarado” e apenas alguns anos após a primeira aparição de Batman nas HQ’s, em 1939, foi a vez do Green Arrow, ou Arqueiro Verde, dar as caras, em 1941 e Oliver Queen é o seu alter-ego. Inicialmente, a história contada dava conta de Oliver como um arqueólogo que caiu no mundo em busca de um sentido para vida após uma tragédia familiar e acaba parando em uma ilha supostamente deserta. Entretanto, alguns anos depois, suas origens foram completamente modificadas, colocando-o agora, ainda um bilionário, como um náufrago que chega a uma ilha e lá se vê obrigado a aprender a sobreviver a qualquer custo. É lá, por exemplo, que ele aprende a manejar o arco e as flechas que lhe conferem a alcunha.
Foi a partir dessa premissa que a série de tevê Arrow foi desenvolvida, em 2012, para o canal CW, o mesmo que desenvolveu e exibiu por dez anos a série sobre o jovem Clark Kent, Smallville, além da famosinha The Vampire Diaries, dentre outras. Seus roteiristas/produtores, Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg atualizaram a história, adicionando alguns elementos que amarram toda a trama da primeira temporada (e talvez a da segunda??). Em 23 episódios de 40 minutos de duração, em média, acompanhamos a trajetória de Oliver Queen ao tentar se reinserir, aos poucos, na sociedade que deixou para trás cinco anos antes quando saiu da cidade com seu pai para uma viagem de barco. Uma tempestade, aparentemente, afunda o iate e Oliver se vê sobrevivendo sozinho e indo parar em uma ilha deserta (será?). A série mescla momentos atuais na vida de Queen e de seu passado na ilha, quase sempre mostrando como ele se manteve vivo naquele lugar. De volta à Starling City ele se sente um estranho dentro de sua própria casa, com sua mãe, Moira, agora casada com Walter, o melhor amigo de seu falecido pai e sua irmã, Thea, que era uma menina e agora é quase uma mulher. Além disso, ele tem que lidar com a as consequências de um ato cometido há cinco anos que magoou imensamente sua agora ex-namorada, Laurel Lance. O único com quem Oliver parece se sentir um pouco mais a vontade é seu melhor amigo, Tommy Merlyn, filho do poderoso empresário Malcom Merlyn.
Em meio a esse turbilhão de memórias sombrias e reencontros constrangedores, Oliver encontra um motivo e uma oportunidade para honrar a memória do pai morto no naufrágio. Uma caderneta cheia de nomes de pessoas importantes e influentes da cidade lhe foi entregue por Robert, antes de morrer, e este pediu ao filho que fizesse a coisa certa com aqueles que haviam falhado com Starling City. Usando então sua habilidade com o arco e a flecha, Oliver Queen decide fazer justiça com as próprias mãos, condenando sem qualquer julgamento prévio aqueles cujo nome figurava na caderneta. Ele se esconde atrás de um capuz, a mesma roupa que ele usou por várias vezes na ilha, e isso lhe confere o nome de “Hood”, a princípio, por parte da polícia da cidade, sendo chamado depois de “Vigilante”.

"Team Arrow". Imagem escolhida aleatoriamente. Juro. (ok, nem tanto)
O nome “Arrow” só aparece mais tarde, mas dois outros personagens aparecem logo no início da série e são eles que completam o chamado “time Arrow”: John Diggle e Felicity Smoak. Diggle é um ex-militar que aparece como guarda-costas e motorista, porém John é muito mais um confidente e amigo na realidade. É ele quem mostra a Oliver que de nada adianta se vingar dos poderosos que “falharam com a cidade” quando ele tem a mesma atitude mesquinha e covarde, incentivando-o a levar à justiça aqueles que destroem a cidade e prejudicam a população. Do outro lado do time temos Felicity, uma especialista em tecnologia funcionária da Queen Consolidated, empresa da família Queen, que é procurada por Oliver logo no terceiro episódio. Fato interessante: a personagem só participaria de três episódios, mas o ator Stephen Amell, intérprete de Oliver, contou que um dos diretores do estúdio enviou um e-mail logo após a primeira aparição de Felicity pedindo, além de outras duas coisas, a presença da “loirinha do computador” em mais episódios, pois tinha gostado da interação dela com a personagem principal. A partir daí a personagem só cresceu na série, se tornando uma espécie de “oráculo” de Oliver para suas operações noturnas pela cidade, fazendo tudo pelos seus computadores no “quartel-general” do arqueiro, além de uma amiga e alguém que sempre o chama de volta para a realidade, sem medo de fazer frente a ele.
A série se apresenta hoje, dois anos após sua estreia, como um dos grandes trunfos da DC Comics no mundo extremamente competitivo dos live-actions dos heróis dos quadrinhos. Enquanto a Marvel aposta alto no cinema, com o próprio estúdio e Agents of S.H.I.E.L.D. na tevê, a DC optou por ter certa cautela. Mesmo já tendo Batman e Superman lançados por estúdios de fora, a escolha foi por não unir os dois universos, o do cinema e o da tevê, em um só. Há, portanto, relativa autonomia entre as tramas apresentadas, completamente o oposto do que acontece na Marvel. É uma proposta interessante, diversa e pode ser divertida. Porém, é provável que não vejamos os mesmos atores caso alguma trama da Liga da Justiça seja incluída em qualquer um dos dois universos. Uma pena, mas totalmente superável.
Arrow não fica devendo em nada quando o assunto são as cenas de ação, sempre muito bem feitas e de tirar o fôlego. As tramas também são bem construídas e totalmente plausíveis, se tratando de uma adaptação de uma personagem de HQ’s. Eu preciso confessar que sou uma “marvelzete”, “marvelete”, sei lá como se chamam os fãs assumidos e viciados em Marvel, contudo, Arrow me conquistou já no primeiro episódio. A dinâmica do elenco, o ritmo bem desenvolvido e a trama bem montada me surpreenderam e eu, que relutei por bastante tempo em começar a assistir, posso dizer hoje sem medo que sou fã da saga do ex-playboy bilionário traumatizado que se veste de verde.
A terceira temporada já tem data de estreia nos Estados Unidos, 8 de outubro de 2014 e na última San Diego Comic Con o elenco fez questão de enlouquecer os fãs com algumas declarações misteriosas e outras nem tanto (fãs de um pretendido casal se descabelaram com as revelações dos produtores e dos atores), além de um trailer de cerca de três minutos mostrando que a vida de Oliver Queen pode se misturar cada vez mais com a do herói Green Arrow ou essa conexão pode se partir de vez. Quanto a isso, só nos resta esperar até outubro, roendo as unhas de curiosidade e esperança de mais uma temporada bem feita, mantendo o já ótimo desempenho da série perante a crítica e os fãs.
Arrow, você não falhou nem com Starling City e nem comigo! Vamos manter assim!
Até a próxima!
Dani

P.S.: Seguem os links paras os trailers da primeira, segunda e terceira temporadas, caso tenham queiram conhecer ou só rever. ;)





S01: https://www.youtube.com/watch?v=IoDTfmAG9Bc
S02: https://www.youtube.com/watch?v=ulHJqPbketQ
S03: https://www.youtube.com/watch?v=vp_HG7f-xng

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ela não está sozinha

Sarah está de volta a Nova York, após um bom tempo fora. Ela está aflita para rever a filha pequena que deixou para trás quando praticamente fugiu de casa.

No momento ela está numa plataforma de metrô quando uma mulher lhe chama atenção. Ao se aproximar, percebe que a pessoa em questão é idêntica a ela mesma, mas não tem tempo de fazer qualquer pergunta, porque a moça simplesmente se joga na frente de um trem que vem passando. 

Sem saber o que fazer e confusa, Sarah segue seu extinto e rouba os documentos da desconhecida, fugindo em seguida.

Assim começa a série canadense Orphan Black. Sarah, vivida pela atriz Tatiana Maslany, é uma jovem órfã problemática, com uma filha pequena e sem saber que rumo tomar da vida.

Ela está em NY, mas na verdade é inglesa assim como sua mãe adotiva, a misteriosa Senhora S e seu irmão adotivo Felix.

Ao pegar os documentos da suicida do metrô, quem vamos saber mais tarde ser uma policial chamada Beth Childs, Sarah se joga, sem querer, numa história intricada e cheia de suspenses. Ela descobre, das piores maneiras possíveis, que existem duplicatas dela mesma andando mundo afora. Sim, Sarah é um clone, assim como todas as outras, que vão aparecendo durante a temporada.

O interessante da série é mostrar como o ambiente influência na personalidade de cada uma, pois mesmo sendo clones são extremamente diferentes. Palmas aqui para Tatiana que interpreta todas elas de maneira genial. Cada personagem tem sua própria maneira e ela consegue nos fazer acreditar que elas não são as mesmas pessoas. Muito merecido as indicações que recebeu à prêmios de melhor atriz dramática.

Ponto extra também para Felix, o irmão de Sarah. Ele é extremamente engraçado, dando certa leveza a série, e acaba envolvido nas armadilhas e confusões que Sarah consegue para ela mesma, junto com "clones". Quem da vida a ele é o ator Jordan Gavaris.

A primeira temporada conta as histórias desses clones, mas focando sempre em Sarah, que é a ponte entre todas elas. A vida dessa garota não é nada simples, mesmo antes da descoberta dos clones, e as consequências disso vamos acompanhando nos 10 episódios da temporada. O último episódio deixa a gente sem fôlego, como a personagem. 

A segunda temporada é a tentativa de esclarecer alguns mistérios, a briga dela com a empresa que fez os clones, o que coloca todo mundo em risco e aparição de mais personagens.

Orphan Black é daquelas séries que a gente faz maratona e assiste tudo de uma vez. Não da para simplesmente parar de ver o capítulo e deixar para ver depois.. O enredo te prende e quando você percebe, já está cogitando teoria e torcendo para os personagens, contra ou favor.

A BBC América é co produtora da série, junto com a emissora canadense Space. Por isso, aqui no Brasil, para ter acesso a ela diretamente é pelo canal da BBC no Brasil ou o bom e velho Netflix.

A estréia dela nas nossas terras foi em 5 de fevereiro de 2014 e, na TV, ainda só se tem a primeira temporada. Lá fora, a segunda estreou em 19 de abril desse ano. Então, para assistir a segunda temporada só baixando pela internet.

A série foi muito bem recebida pela crítica e pelo público, recebendo várias indicações a prêmios como o de melhor atriz dramática, ganho por Tatiana.

Orphan Black vale cada piscada, cada descoberta, cada clone que aparece.

Para ver a segunda, ou a primeira, ou tudo vai um link da net aí: http://www.baixartorrent.net/orphan-black-1a-temporada#.U9koe2K9KK0


quarta-feira, 23 de julho de 2014

24: O pior dia da vida. Vezes 10.

O mundo da espionagem e seus agentes é sempre um prato cheio para os escritores e para os amantes de uma boa história permeada por intrigas internacionais, correria sem fim, lutas corporais e psicológicas e, porque não, um pouco de romance. É fato comprovado que toda vez que alguém lhe perguntar qual é o mais famoso agente secreto da ficção, sua resposta, automaticamente, será Bond, James Bond. O agente 007, tem licença de sua Majestade, a Rainha, para matar e torturar em prol do bem estar de seus súditos britânicos.
Acontece que não é só a rainha da Inglaterra que tem o privilégio (?) de ter alguém disposto a matar e morrer pelo seu país e em favor do bem estar dos indivíduos que ali vivem. O presidente dos Estados Unidos também conta com a ajuda (quase sempre) incondicional, focada e muitas vezes, visceral de um agente. Bauer. Jack Bauer é o seu nome.



Na semana passada foi exibido, com apenas um dia de diferença entre EUA e Brasil, o décimo segundo e último episódio do mais novo dia infernal e caótico na vida desse cara que muitas vezes eu achei que fosse completamente maluco da cabeça, mas que no fim sempre se mostra mais são do que todos os envolvidos na trama da temporada.
Criada por Joel Surnow e Robert Cochran, 24 foi produzida para a FOX Networks e encontrou em Kiefer Sutherland seu protagonista. É interessante ressaltar que Jack Bauer foi como uma espécie de renascimento para a carreira do ator. Em sua juventude, Kiefer, que é filho do ator veterano Donald Sutherland, foi considerado uma das maiores promessas de Hollywood, mas o abuso de álcool e drogas acabou minando suas chances de alcançar o sucesso esperado pela crítica. Por muito tempo ele amargou papéis pequenos em filmes sem expressão, o que não ajudava em sua recuperação. A série entrou em sua vida como uma aposta extremamente alta para alguém que quase não via mais esperança de recomeçar. Felizmente, para ele e para nós, Kiefer apostou e viu não só sua carreira decolar, como ajudou a trazer para a televisão algo novo e ousado.
24 é classificada como uma série dramática, apesar do ritmo frenético das inúmeras cenas de ação que permeiam o seriado. Sua trama geral é focada no trabalho do agente na Counter Terrorist Unit (CTU) ou em português, Unidade Contra Terrorista (UCT), uma agência governamental ficcional, responsável pela detecção e neutralização de ameaças terroristas em solo norte-americano e/ou contra cidadãos norte-americanos. É claro que nosso herói não se restringe a essa descrição, sendo ele um verdadeiro “defensor de fracos e oprimidos”, com a diferença de que seus métodos são sempre bastante questionados por aqueles que não compartilham de sua visão de fazer o seu trabalho “custe o que custar”. A série, inclusive, já foi alvo diversas vezes de grupos de defesa dos Direitos Humanos, que sempre criticaram muito o uso da tortura por parte da personagem principal. Não creio que as críticas sejam infundadas, já que a tortura é algo absurdo e completamente condenável, entretanto, a série nunca banalizou o ato, simplesmente trouxeram para a ficção algo que é bastante comum e muito utilizado em diversas agências de inteligência e forças armadas pelo mundo afora. Ressalta-se também que Jack não sente prazer algum no ato de torturar, pelo contrário, ele o faz simplesmente porque o tem de fazer, mas não tira dali nada além do que quer ouvir.
O formato de 24 está intimamente relacionado com o nome escolhido. Cada temporada (com exceção da última exibida, 24: Live Another Day) possui 24 episódios, e cada um desses tem a tarefa de mostrar uma hora do dia de Jack Bauer. Ao final da temporada assistimos um dia completo na vida do agente da CTU. O relógio digital, sempre aparecendo na tela em momentos decisivos de cada episódio, serve tanto para situar o telespectador naquele momento quanto para dar a série o ar de “tempo real”, que é um dos grandes diferenciais do formato pensado pelos seus criadores. Além dele, a técnica de telas divididas é essencial para transmitir ao público a ideia de que várias ações relacionadas à trama central daquela temporada estão ocorrendo ao mesmo tempo.
Foram oito temporadas, entre os anos de 2001 e 2010. Em 2007 teve início uma greve de roteiristas de tevê, cinema e rádio, deixando o mundo do entretenimento de cabelos em pé por quase um ano e meio, quando teve seu fim em 2008. Para cobrir esse “hiato forçado”, os produtores da série criaram o filme Redemption, que serviu como uma espécie de ponte entre a sexta e a sétima temporada. O que era para ser um “tapa buracos” acabou rendendo inúmeras críticas positivas da mídia e dos fãs, várias indicações a prêmios, incluindo uma ao Globo de Ouro e cinco ao Emmy Awards e seu grande trunfo foi mostrar ao público o lado mais humano de Jack (mesmo que já tenhamos visto esse lado tantas vezes, porém sempre em momentos tão dolorosos para o protagonista – situações envolvendo Teri, Kim, Tony, Michele, Chloe, Bill, Curtis etc).
Jack Bauer é um especialista em contra terrorismo, mas poderia muito bem ser classificado como especialista em tragédias pessoais. Sua família se desintegra já na primeira temporada, sua filha Kim “bate cabeça” até se acertar lá pela sétima, aqueles que ele considerava como seus melhores amigos, quando não morrem mortes dolorosas (saudades Tony Almeida), acabam voltando para lhe trair (saudades Tony Almeida) e seus amores, bem, não têm melhores destinos. Só uma pessoa é uma constante na vida de Jack Bauer e essa é Chloe O’Brian, a analista de dados da CTU, presente na vida de dele desde a terceira temporada. O’Brian é a segunda personagem que mais apareceu na série, com uma contagem de 137 episódios, ficando atrás somente de Jack, que deu as caras em todos já exibidos. Chloe é, como ela bem colocou em LAD, a única amiga que resta a Jack e ela tem toda razão. Sempre disposta a ajudá-lo, infringindo leis e colocando-se em perigo muitas vezes, é ela quem tem linha direta com Bauer e praticamente coordena as ações do agente quando ele está em campo. A parceria deu tão certo que Kiefer Sutherland e Mary Lynn Rajskub dublaram suas respectivas personagens para um episódio de Os Simpsons totalmente inspirado no formato da série (pra quem quiser conferir, é o 21º episódio da 18ª temporada de Os Simpsons e recebeu o nome engraçadinho “24 minutes”). Jack e Chloe foram “simpsonizados” e ambos aparecem em uma espécie de linha cruzada com Bart e Lisa. Vale a pena conferir.


Como era de se esperar, Chloe está de volta também em 24: Live Another Day, uma “meia nona temporada”, já que ao invés de 24, essa nova cruzada de Jack possui somente 12 episódios. Dessa vez os eventos ocorrem em Londres e além de Chloe, outras duas personagens (tudo bem, você que já assistiu LAD sabe que outras caras conhecidas aparecem, mas parafraseando River Song, de Doctor Who: SPOILERS!) muito importantes na história de Jack fazem as honras: James Heller, agora presidente dos Estados Unidos, enfrentando um Mal de Alzheimer em avanço, e Audrey Raines (sim, eu me recuso a chamá-la de Audrey Boudreau), o grande amor de Jack, agora casada com o chefe de gabinete de seu pai, Mark Boudreau. É claro que 12 episódios são quase nada se comparados à experiência que nós, fãs, estamos acostumados a vivenciar com 24 horas de muita ação, drama e fôlego preso até os minutos finais de cada episódio. Contudo, a sensação de ter Jack Bauer de volta e a sensação de que podemos perder Jack Bauer de vez é absolutamente deliciosa, faz com que a gente tente ao máximo aproveitar cada segundo dessas 12 horinhas que nos foram gentilmente concedidas. Personagens novas também dão o tom para essa empreitada. Kate Morgan é a agente da CIA cheia de problemas pessoais e que, por alguns momentos, me pareceu uma versão feminina e um pouco menos intensa de Jack. Margot Al-Harazi (da linda e excelente Michelle Fairley, a Catelyn Stark de Game of Thrones) é a viúva terrorista que envolve os filhos numa trama de vingança e ódio, ao tomar o controle de drones norte-americanos repletos de mísseis. Temos ainda o estranho Adrian Cross, responsável pelo grupo hacker londrino do qual Chloe faz parte, um cara dúbio em suas atitudes, ora sendo desagradável e grosseiro com Jack, ora oferecendo ajuda ao mesmo.
12 horas foram muito pouco, como já disse, porém, depois de quatro anos sem qualquer ciência a respeito do paradeiro de Jack, esse meio dia já foi suficiente para empolgar e nos fazer, novamente, especular sobre o destino desse cara que todo mundo quer capturar, mas ninguém quer encontrar “na reta” quando a situação fica feia. Jack Bauer é assim, é o tipo de herói que não é herói. Não tem lá muitos escrúpulos quando se coloca frente ao bandido, não dá chance para o azar e calcula todos os seus movimentos. Ele é capaz de virar o mundo de cabeça pra baixo a fim de fazer valer o que acredita, e sim, ele tem princípios e valores, sendo a lealdade um dos que ele mais preza. E vocês sabiam que ele já é avô? É isso que eu adoro na personagem, toda essa ambiguidade entre o Jack violento, que tortura, que mata sem pensar e o cara que sonha em voltar a ver a filha e os netos, mas que sabe que isso não será possível, talvez nunca mais. Sua estrada não tem retorno e se alguém quer ter Jack Bauer como companhia, é bom saber que ele não pode parar, não pode esperar e não pode voltar, por e para ninguém. Sua sobrevivência depende disso e, depois de nove temporadas e um filme, eu acho que a gente também depende, já que salvar o mundo é a tarefa mais básica na vida desse sujeito, mais básica até mesmo do que respirar.
E que venha mais outro dia para ele viver!

Brigada e até mais ver

Dani

Era uma vez....


Oba, chegou quarta, dia de post aqui no Blog da Rita.

Corre gente, senta, que lá vem história....

Era uma vez uma série que pegou seus personagens de contos de fadas preferidos (ou não) e deu um upgrade louco, mas convincente, afinal estamos falando de contos de fada né..

Sim, estou falando da série americana Once Upon Time, da ABC. Ela teve início nos Estados Unidos em 23 de outubro de 2011, no que podemos chamar de horário nobre. Seus produtores são os mesmos da viajada ilha de Lost (Edward Kitsis e Adam Horowitz), isso talvez explique alguma coisa, como todo mundo ser banido de sua terra natal. Mas vamos por partes.

Os personagens principais, são a Branca de Neve e seu Príncipe Encantado. A primeir coisa que a gente vê, são eles se casando e de repente a Bruxa Má aparece garantindo que vai acabar com a felicidade de todo mundo. E a pergunta que fica é: cade o "felizes para sempre"?

No decorrer da primeira temporada a gente descobre que essa felicidade ta longe de chegar. A rainha cumpri a promessa de dar infelicidade para todo mundo, a filhinha da Branca e do Príncipe, Emma, é colocada num portal para outro mundo junto com Pinoquio. Mas vamos voltar um pouco. Pinoquio não tem sempre que falar a verdade? Pois é. Mas ele só é salvo da maldição graças a uma mentira do pai, Giuseppe, que para garantir que o filho seja salvo mente para Branca de Neve.

Não entendeu? Eu explico. O vilão maior da história, Rumpelstiltskin (personagem de um conto alemão, também dos irmãos Grimm), garante que Emma poderá quebrar a maldição da Rainha, mas que ela tem que estar fora do reino no momento que o feitiço for lançado. Para tanto a fada "suprema", ou fada Azul, diz que há apenas uma forma de isso acontecer, que a criança vá para outro mundo através de uma árvore encantada. Se tem a idéia de fazer um guarda roupa (Nárnia?!) e Giuseppe só aceita tarefa se Pinoquio for junto. Então mentem para o casal e dizem que só cabe um no portal, para que o menino possa ir para o outro lado com Emma.

Voltas e voltas, a primeira temporada mostra o resultado da maldição, todo mundo esquecendo quem é vivendo outra vida, a volta de Emma, agora com 28 anos e a luta do filho dela em fazê-la acreditar que ela é salvadora da cidade inteira. Como esse filho sabe de tudo e ela não? Ele tem um livro que conta toda a história, (não sei quem escreveu o livro, alguém sabe?) E esse livro que a gente vai acompanhando durante 22 episódios.

São muitos personagens e eu ficaria aqui por muito tempo. Mas o que conquista em Once Upon Time é ver esse grupo de personagens vivendo tantas novas aventuras e principalmente a mistura deles. Pra quem curte magia e conto de fadas é um prato cheio.



A segunda e terceiras temporadas já estão finalizadas, e a quarta promete grandes emoções. A season finale fechou com Rainha Elsa de Arendelle aparecendo em Storybrook (nome sugestivo), cidade onde se passa toda a história. Promete muito, agora teremos personagens Disney a explorar. A quarta temporada está prevista para estrear, nos Estados Unidos, em setembro.


No mais, Once fez tanto sucesso que foi criada uma série spin-off chamada Once Upen Time in Wonderland. Ao contrário da primeira, essa não foi pra frente e foi cancelada depois de 13 episódios. Outro produto lançado a partir da série é um livro -  Once Upon a Time Tale - O Despertar, e quem conta a história são Branca de Neve e Emma.



Once é uma série muito interessante e original. Vale a pena uma visita a Storybrook.



A terceira temporada está sendo represada no canal Sony. As duas primeiras estão disponíveis no Netflix e você sempre pode baixar na internet também.



Era uma vez mais um conto de fadas...



Links: Livro: http://www.submarino.com.br/produto/115461317/livro-once-upon-a-time

ou  http://www.buscape.com.br/once-upon-a-time-despertar-odette-beane-8542201817.html#precos
E você pode baixar o pdf também http://minhateca.com.br/celiogcruz/Livros/pdf/Once+Upon+a+Time+Tale+_+Despertar+-+Odette+Beane,13975265.pdf

A três temporadas: http://torrent-serie.blogspot.com.br/2013/04/once-upon-time.html



quinta-feira, 17 de julho de 2014

FRIENDS queridos

Bom, antes de qualquer coisa, vou me apresentar.

Dani é o meu nome e 30 é a minha idade. Sou historiadora de formação e professora de vocação. Gosto de séries, só queria poder assistir mais. O problema é que eu realmente não tenho muita paciência pra ver tudo que é coisa que as emissoras produzem. Eu sei, não é muito legal falar isso, especialmente em um blog sobre séries, mas a verdade é que eu sou incomum, porém, isso não diminui o meu amor por essas pequenas pílulas semanais de ficção.
Já fiz muito binge watching nessa vida, muito antes de sequer saber que essa expressão existia e ainda acho uma das melhores coisas que existem. Poucas sensações são tão boas quanto as de “devorar” uma temporada de 22, 23 episódios inteira em 48, 72 horas. Há quem faça em menos, isso é verdade, mas hey, quem aqui tá competindo? Tudo o que eu quero é ir logo pro próximo episódio e saber como aquela história se desenvolveu e se aquela personagem realmente morreu.
Enfim, eu poderia ficar aqui falando e falando sobre o quanto gosto de assistir séries e como isso afetou e afeta a minha vida, mas isso aqui não é um blog sobre ela, então, vamos lá.
Ah, só um pequeno aviso: eu não sou muito boa em criticar séries, uma vez que tenho a irritante mania de achar bom aquilo que eu gosto, contudo, consigo compreender quando algo é considerado meio...exótico pelo público em geral.
Dito isso, voltemos à programação normal.
Quando a ideia desse blog surgiu com a Brenda, eu logo pensei em falar sobre MARVEL’S AGENTS OF S.H.I.E.L.D., que na minha humilde opinião se tornou uma das novas séries mais promissoras da atualidade. Tinha me decidido a fazer um texto sobre o time do Agente Coulson, mas daí cheguei em casa e liguei a tevê e o que vi me fez guardar por um tempinho a ideia que tinha na cabeça.


Roupas, cabelos, jeans, muito jeans, quanto jeans!
O que você viu quando ligou a tevê?, você me pergunta, e eu te respondo com algumas palavrinhas em inglês (só ‘googlar’, pra quem não manja da língua): “So no one told you life was gonna be this way”. Se você ainda não sacou onde eu quero chegar, é de FRIENDS que eu vou falar e se na sua casa tem tv a cabo, com certeza você já assistiu ou pelo menos viu alguma coisa da série de relance. As reprises são diárias, às vezes até três vezes ao dia, praticamente desde quando a série chegou ao fim, há dez anos.
Dez anos também foi o tempo de duração de FRIENDS, dez temporadas com uma média de 24 episódios cada, alguns de 25 minutos, outros chegando até a 40 dependendo da temporada. Seus criadores, David Crane e Marta Kauffman também produziram a série juntamente com Kevin S. Bright e a Warner Bros. e a NBC, uma das maiores emissoras de televisão dos Estados Unidos, a exibiu. FRIENDS ainda hoje é considerada umas das mais populares sitcoms (‘situation comedy’) da história e suas mais de 60 indicações ao Emmy Awards, outras tantas ao Golden Globe Awards e as vitórias nessas e outras premiações de televisão garantem o “bom nome” da série. Inicialmente chamada de Insomnia Café e depois Friends Like Us, chegou-se finalmente ao nome ideal, simples e direto, FRIENDS. Uma curiosidade dessa mesma época de definições é que a primeira música de abertura escolhida pra série foi Shiny Happy People da banda R.E.M., mas depois de um teste com telespectadores, os produtores preferiram não utilizá-la. Optaram então por outra canção, escrita e composta pelos criadores da série e pelos membros da banda The Rembrandts especialmente pra esse propósito, I’ll be there for you tem uma melodia bacaninha e é fácil de cantar.
O enredo de FRIENDS é basicamente como o de qualquer outra sitcom: pessoas vivenciando juntas situações diversas em um mesmo ambiente. Seis pessoas, no caso. Mônica, Chandler, Phoebe, Ross, Joey e Rachel estão todos nos seus vinte e poucos anos (lembre-se, a série começa em 1994, então sim, todo mundo ali ainda não tinha chegado aos trinta!), vivendo em Nova York, mais especificamente no West Village, um bairro ~descoladinho da cidade.
Tudo começa quando Rachel Green, uma mocinha mimada de Long Island, estado vizinho à NY, decide fugir do casamento com o dentista Barry e se manda pra cidade grande a procura da sua amiga de infância, a agora ex-gordinha e control freak, Mônica Geller. Mesmo sem ver Rachel há tempos, Mônica resolve dar abrigo e a apresenta aos seus amigos da cidade: Phoebe Buffay, uma massagista freelance que escreve músicas que levam nomes como “Ode ao pelo pubiano” e “Gato fedorento” (a linda e poética “Smelly cat”); Joey Tribbiani, ator, “pegador” e que não aceita dividir comida; Chandler Bing, um cara que ninguém sabe exatamente o que ele faz (nem quando ele troca de emprego), usa o humor pra mascarar suas emoções e cujo pai hoje é uma travesti cantora; e Ross, o irmão mais velho e nerd de Mônica, paleontólogo, que descobriu que tinha se casado com uma lésbica e quando adolescente nutriu um amor platônico por Rachel.
A partir daí os seis amigos passam por vários cenários: restaurantes, hospitais, táxis, Las Vegas, Londres, o Central Park, mas quatro deles são especiais. Os dois apartamentos, 19 e 20, onde moram Chandler e Joey e Mônica e Rachel, respectivamente, o Central Perk Cafe, que no logo no início do piloto era um bar, que foi fechado e deu lugar ao café e o terceiro apartamento de Ross. Dos quatro cenários, o meu favorito, sem dúvida, é o apartamento de Mônica. É falado na série (só não digo quando, em prol daqueles que não a viram ainda) que todos os seis, em algum momento de suas vidas, moraram ali. O apartamento serve também como uma espécie de “quartel-general” dos amigos, já que Mônica raramente tranca a porta quando está em casa. Todos os seis entram ali a todo o momento e poucas são as vezes em que vimos alguém reclamar de privacidade (aliás, na série toda, privacidade é algo que eles parecem não conhecer ou só não ligam muito pra esse conceito), nem quando Mônica é pedida em casamento na sala de estar.
 No Central Perk, que fica logo abaixo do prédio onde quatro dos seis amigos vivem, eles sempre se sentam no mesmo lugar, o sofá laranja, ladeado pela poltrona verde (?) e pela mesinha ao lado do balcão de Gunther, o barista com uma quedinha por Rachel (sempre ela). É lá também que Phoebe apresenta suas músicas e suas técnicas interessantes de como tocar um violão. Além de Phoebe, Joey e Rachel, em momentos diversos, também trabalharam lá, servindo café. Ou melhor, não servindo, já que ambos eram péssimos no serviço. É dentro do ou em frente ao café que acontecem dois dos momentos mais legais e bonitos da série: o primeiro beijo entre Ross e Rachel e o casamento de Phoebe.
Já no “apartamento dos caras”, a presença dos bichinhos de estimação de Chandler e Joey, o Chick e o Duck, literalmente um pintinho e um pato, e a mesa de pebolim (totó, sei lá como vocês conhecem isso) que eles usam como mesa de jantar equilibrando os pratos nas cabeças dos jogadores de brinquedo é o que dá o tom mais descontraído ao cenário. Diferente do apartamento das meninas, lá é tudo mais básico, com exceção das duas poltronas reclináveis viradas pra tevê de tela grande na estante da sala e do cachorro de porcelana gigante que Joey compra ao se tornar um astro de novelas.
Na quinta temporada somos apresentados ao novo apartamento de Ross, no prédio do outro lado da rua do apartamento de Mônica, e porque ele merece menção nesse texto? É simples. Acontece que um dos mais antológicos personagens de FRIENDS, que apareceu no vídeo somente três vezes, mas que sempre foi muito mencionado, morava nesse mesmo lugar. Estou falando do “Ugly Naked Guy”, um sujeito sem noção que passava boa parte dos seus dias completamente pelado em seu apartamento, com as janelas abertas, podendo ser visto do apartamento de Mônica. Além disso, é quando se muda pra lá que Ross enfrenta um “terrível” problema: o sofá muito grande que não passa pelas escadas e o obriga a berrar “PIVOT! PIVOT! PIVOT!”, uma das cenas mais engraçadas de toda a série.
Por inúmeras vezes eu me peguei me perguntando se tudo aquilo que acontecia com eles aconteceria mesmo na vida real e, claro, tirando algumas situações absurdamente incomuns, a grande maioria era sim bastante provável de acontecer com qualquer um de nós. Era isso que, em minha opinião, fazia da série um sucesso, esse era o seu trunfo. Qualquer um poderia se sentir um pouco Rachel, um pouco Phoebe, Mônica, Chandler, Joey, um pouco Ross ou um pouco de cada um ao mesmo tempo.
Outra coisa que me fascina na série é a relação descompromissada, mas muito bonita e afetuosa que existe entre as personagens. Por várias vezes vemos Phoebe, por exemplo, sendo extrema e duramente sincera e, mesmo assim, no fim do dia, ela ainda é amada e querida por todos, pois sua sinceridade vem sempre carregada de boas intenções. Ross, coitado, é o alvo mais comum das piadas do grupo por ser o nerd, o único com Phd, porém, é ele quem costuma ser o cara que toma as decisões difíceis e mais sensatas. Mônica é a louca por controle e limpeza, obcecada por ordem e ridiculamente competitiva, mas isso fica em segundo plano quando vemos que ela cuida de todos com o mesmo amor e carinho de uma mãe cuidando dos filhos. Rachel pode ser considerada a “superficial”, que liga mais pra aparência do que para o conteúdo, entretanto, desde que saiu da dependência do dinheiro do pai e aprendeu a trabalhar, se mostrou uma mulher de caráter e muita força de vontade, ao contrário de suas duas irmãs. Joey é o “burrinho” do grupo, o que sempre demora a entender as piadas, aquele amigo sem emprego e renda fixa, que vive da arte e não é lá muito bom nisso também, só que o seu coração enorme e sua autoconfiança maior ainda o deixam sempre em um estado de humor fascinante e contagiante. E por fim, Chandler, o cara sarcástico, dolorosamente irônico, que esconde suas emoções a qualquer custo e tem a autoestima lá no pé. Esse é o cara que nunca levou muita fé em se apaixonar, se declarar, se casar e começar uma família com mulher alguma, especialmente sua melhor amiga, mas que, graças aos milhares de pedidos de fãs enviados aos produtores, uma noite de sexo virou um relacionamento e deu vida a um dos casais mais lindos e fofos da história das séries.
Enfim, me prolonguei demais e esse era o meu medo de escrever sobre FRIENDS, ter muito a dizer. Contudo, é praticamente impossível não falar muito quando se fala de uma das séries mais incríveis já produzidas.
É óbvio que essa minha opinião não é unanimidade, há quem não goste de FRIENDS, há quem diga que é bobo, sem graça e nem um pouco inteligente. O que eu tenho a dizer pra essas pessoas? Nada em especial, só que talvez elas não tenham conseguido (talvez ainda não) “vivenciar” a verdadeira e ótima experiência que é essa sitcom. Já vi muita gente dizer que não gosta de sitcoms e olha, por mim tudo bem, cada um com seu cada um, só acho que dizer que algo é ruim simplesmente porque o estilo da série não lhe agrada não é argumento suficiente pra dizer que aquilo é ruim. Não espere plot twists mirabolantes e cliffhangers de tirar o fôlego em sitcoms, isso não funciona ali. No caso de FRIENDS, a maioria dos plot twists ocorridos nem mudaram tanto assim o rumo que aquelas personagens estavam tomando, na verdade, àquele momento. E os cliffhangers eram só pra deixar a gente louco pra ver o resto da história (que já tínhamos ideia de como se desenvolveria) até a próxima fall season.
Bom, pra finalizar, explicito aqui a minha razão de ter escolhido FRIENDS como o meu primeiro texto sobre séries desse blog. Você pode não acreditar, mas eu acompanhei a série do início ao fim, em tempo real. Se não me engano, comecei a assistir regularmente no início de 95, com 11 anos de idade. Não entendia muitas das piadas, já que era bem nova pra realmente compreender algumas delas, mas ainda sim me divertia. Dez anos depois, quase, em 2004, lá estava eu chorando a vida pelos olhos, assistindo o último e derradeiro episódio, ouvindo  I’ll be there for you e batendo palmas pela última vez, em tempo real, (e se você já é fã de FRIENDS então sabe que é praticamente lei bater palmas junto com a música), e dando uma última olhada naquele apartamento 20, de paredes coloridas e moldura na porta.
FRIENDS. Tá aí uma série que valeu a pena ser assistida. E vale muito ainda. Preciso confessar que, mesmo já tendo feito maratonas loucas pra reassistir tudo, eu ainda faço questão de ver todas as vezes que estou em casa e sei que tá passando. Me dá uma coisa boa aqui no coração, sabe, uma nostalgia gostosa, uma saudade dos amigos, dos reais e desses seis malucos que hoje tão por aí, vivendo vidas diferentes, com nomes diferentes, mas que pra mim, no fim, serão sempre Mônica, Rachel, Phoebe, Joey, Ross e Chandler, aquele pessoal querido lá do West Village que eu mal conheci (digo ‘mal’ porque não os conheci pessoalmente), mas que pô, considerei pacas.

Melhoraram as roupas, melhoraram os cabelos e nenhum jeans!

Obrigada pela atenção e até a próxima.
Dani

P.s.: desculpem, desde já, qualquer estranheza! E acho que não preciso dar links pra ninguém baixar FRIENDS, não, né? Como eu já disse, passa 3 vezes ao dia no canal Warner e já tem os boxes com as dez temporadas e não sei, mas é provável que no Netflix também seja fácil de encontrar. ;)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sherlock

Par começar aqui vamos logo falando de um personagem antigo que está de roupa nova nas telas do mundo todo.

Claro que estamos falando do detetive mais excêntrico e bom de serviço que se tem noticia, Sherlock Holmes.

A série da BBC, que estreou em 2010 propõe um Sherlock nos tempos contemporâneos, na Londres barulhenta e sempre chuvosa.

 O primeiro episódio, em julho de 2010, remonta o livro "Um estudo em vermelho" de Artur Conan Doyle, em uma filmagem atual e empolgante. O brilho da estréia se deve muito aos atores que encabeçam o elenco, Benedict Cumberbatch como o detetive e Martin Freeman de Watson.

Ao contrário de carruagens temos os bons e velhos cabs, e uma descrição cinematográfica dos personagens. O episódio de fato é quase um filme, durando 90 minutos.

Vale muito a pena prestar atenção em cada detalhe que compõe as cenas, pois tudo pode ser uma pista  dentro do enredo intricado escrito por Steven Moffat e Mark Gattis (nem sempre são os mesmos autores).

Em "Um estudo em rosa", nome da adaptação para a TV, Sherlock é apresentado ao Watson por um colega em comum que sabe que ambos estão procurando alguém pra dividir apartamento. Sherlock então leva o recém conhecido John até Baker Street 221 onde se encontram com uma engraçada e doce Mrs. Hudson.

A partir dai a eterna piada de que eles são um casal tem início, e junto com Watson vamos descobrindo um pouco mais sobre esse ser excêntrico que é Sherlock.

Ao longo do episódio viajamos juntos (ou tentamos) com a linha de dedução que o detetive propõe para desvendar os suicídios em série que norteiam o enredo. No fim descobrimos que...

Não vale contar né? Se você já assistiu comente aqui suas impressões sobre essa nova adaptação, apenas comece o comentário escrevendo bem grande SPOILER,

Se quer saber mais ou ter mais pontos de vista? Tem também um podcast detalhando cada episódio :



https://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewPodcast?id=837266056

Sherlock está na sua terceira temporada, com a quarta já confirmada para janeiro de 2016 tendo um especial de natal para dezembro de 2015.
Ela está no ar atualmente na BBC HD (episódios repetidos) e não se tem notícia confirmada se alguma TV aberta no Brasil comprou os direitos da série.

Mas você pode baixar a série no seu computador, por aqui, por exemplo: http://www.baixartorrent.net/sherlock-1a2a-e-3a-temporada#.U8acdmK9KK1
E a série está completa também para assinantes Netflix.

Comentem, de dicas, como você quer que falemos da sua série favorita?!