quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Meu nome é Oliver Queen

Um playboy bilionário sofre um trauma em sua vida e resolve que dali em diante tudo será diferente e, para que isso aconteça, ele precisa se tornar um herói mascarado sempre pronto para combater o crime em sua cidade natal, corrompida por diversos tipos de criminosos. 
“Ué, cara, mas esse blog aqui é de série ou é de filme?” você deve estar se perguntando, e eu digo que tudo bem, a dúvida é normal depois desse parágrafo aí de cima. Pra maioria, eu acabei de descrever, meio simplificado demais, a saga de Bruce Wayne, também conhecido como Batman ou para os que preferem os nomes aportuguesados, o bom e velho Homem-morcego. Contuuuuuudo, não. Não é dele que eu estou falando. Gotham City não é a cidade tema do meu assunto de hoje. Starling City por outro lado, essa sim tem tudo a ver.

Parece que a DC gostou desse tema “playboy bilionário traumatizado transformado em herói mascarado” e apenas alguns anos após a primeira aparição de Batman nas HQ’s, em 1939, foi a vez do Green Arrow, ou Arqueiro Verde, dar as caras, em 1941 e Oliver Queen é o seu alter-ego. Inicialmente, a história contada dava conta de Oliver como um arqueólogo que caiu no mundo em busca de um sentido para vida após uma tragédia familiar e acaba parando em uma ilha supostamente deserta. Entretanto, alguns anos depois, suas origens foram completamente modificadas, colocando-o agora, ainda um bilionário, como um náufrago que chega a uma ilha e lá se vê obrigado a aprender a sobreviver a qualquer custo. É lá, por exemplo, que ele aprende a manejar o arco e as flechas que lhe conferem a alcunha.
Foi a partir dessa premissa que a série de tevê Arrow foi desenvolvida, em 2012, para o canal CW, o mesmo que desenvolveu e exibiu por dez anos a série sobre o jovem Clark Kent, Smallville, além da famosinha The Vampire Diaries, dentre outras. Seus roteiristas/produtores, Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg atualizaram a história, adicionando alguns elementos que amarram toda a trama da primeira temporada (e talvez a da segunda??). Em 23 episódios de 40 minutos de duração, em média, acompanhamos a trajetória de Oliver Queen ao tentar se reinserir, aos poucos, na sociedade que deixou para trás cinco anos antes quando saiu da cidade com seu pai para uma viagem de barco. Uma tempestade, aparentemente, afunda o iate e Oliver se vê sobrevivendo sozinho e indo parar em uma ilha deserta (será?). A série mescla momentos atuais na vida de Queen e de seu passado na ilha, quase sempre mostrando como ele se manteve vivo naquele lugar. De volta à Starling City ele se sente um estranho dentro de sua própria casa, com sua mãe, Moira, agora casada com Walter, o melhor amigo de seu falecido pai e sua irmã, Thea, que era uma menina e agora é quase uma mulher. Além disso, ele tem que lidar com a as consequências de um ato cometido há cinco anos que magoou imensamente sua agora ex-namorada, Laurel Lance. O único com quem Oliver parece se sentir um pouco mais a vontade é seu melhor amigo, Tommy Merlyn, filho do poderoso empresário Malcom Merlyn.
Em meio a esse turbilhão de memórias sombrias e reencontros constrangedores, Oliver encontra um motivo e uma oportunidade para honrar a memória do pai morto no naufrágio. Uma caderneta cheia de nomes de pessoas importantes e influentes da cidade lhe foi entregue por Robert, antes de morrer, e este pediu ao filho que fizesse a coisa certa com aqueles que haviam falhado com Starling City. Usando então sua habilidade com o arco e a flecha, Oliver Queen decide fazer justiça com as próprias mãos, condenando sem qualquer julgamento prévio aqueles cujo nome figurava na caderneta. Ele se esconde atrás de um capuz, a mesma roupa que ele usou por várias vezes na ilha, e isso lhe confere o nome de “Hood”, a princípio, por parte da polícia da cidade, sendo chamado depois de “Vigilante”.

"Team Arrow". Imagem escolhida aleatoriamente. Juro. (ok, nem tanto)
O nome “Arrow” só aparece mais tarde, mas dois outros personagens aparecem logo no início da série e são eles que completam o chamado “time Arrow”: John Diggle e Felicity Smoak. Diggle é um ex-militar que aparece como guarda-costas e motorista, porém John é muito mais um confidente e amigo na realidade. É ele quem mostra a Oliver que de nada adianta se vingar dos poderosos que “falharam com a cidade” quando ele tem a mesma atitude mesquinha e covarde, incentivando-o a levar à justiça aqueles que destroem a cidade e prejudicam a população. Do outro lado do time temos Felicity, uma especialista em tecnologia funcionária da Queen Consolidated, empresa da família Queen, que é procurada por Oliver logo no terceiro episódio. Fato interessante: a personagem só participaria de três episódios, mas o ator Stephen Amell, intérprete de Oliver, contou que um dos diretores do estúdio enviou um e-mail logo após a primeira aparição de Felicity pedindo, além de outras duas coisas, a presença da “loirinha do computador” em mais episódios, pois tinha gostado da interação dela com a personagem principal. A partir daí a personagem só cresceu na série, se tornando uma espécie de “oráculo” de Oliver para suas operações noturnas pela cidade, fazendo tudo pelos seus computadores no “quartel-general” do arqueiro, além de uma amiga e alguém que sempre o chama de volta para a realidade, sem medo de fazer frente a ele.
A série se apresenta hoje, dois anos após sua estreia, como um dos grandes trunfos da DC Comics no mundo extremamente competitivo dos live-actions dos heróis dos quadrinhos. Enquanto a Marvel aposta alto no cinema, com o próprio estúdio e Agents of S.H.I.E.L.D. na tevê, a DC optou por ter certa cautela. Mesmo já tendo Batman e Superman lançados por estúdios de fora, a escolha foi por não unir os dois universos, o do cinema e o da tevê, em um só. Há, portanto, relativa autonomia entre as tramas apresentadas, completamente o oposto do que acontece na Marvel. É uma proposta interessante, diversa e pode ser divertida. Porém, é provável que não vejamos os mesmos atores caso alguma trama da Liga da Justiça seja incluída em qualquer um dos dois universos. Uma pena, mas totalmente superável.
Arrow não fica devendo em nada quando o assunto são as cenas de ação, sempre muito bem feitas e de tirar o fôlego. As tramas também são bem construídas e totalmente plausíveis, se tratando de uma adaptação de uma personagem de HQ’s. Eu preciso confessar que sou uma “marvelzete”, “marvelete”, sei lá como se chamam os fãs assumidos e viciados em Marvel, contudo, Arrow me conquistou já no primeiro episódio. A dinâmica do elenco, o ritmo bem desenvolvido e a trama bem montada me surpreenderam e eu, que relutei por bastante tempo em começar a assistir, posso dizer hoje sem medo que sou fã da saga do ex-playboy bilionário traumatizado que se veste de verde.
A terceira temporada já tem data de estreia nos Estados Unidos, 8 de outubro de 2014 e na última San Diego Comic Con o elenco fez questão de enlouquecer os fãs com algumas declarações misteriosas e outras nem tanto (fãs de um pretendido casal se descabelaram com as revelações dos produtores e dos atores), além de um trailer de cerca de três minutos mostrando que a vida de Oliver Queen pode se misturar cada vez mais com a do herói Green Arrow ou essa conexão pode se partir de vez. Quanto a isso, só nos resta esperar até outubro, roendo as unhas de curiosidade e esperança de mais uma temporada bem feita, mantendo o já ótimo desempenho da série perante a crítica e os fãs.
Arrow, você não falhou nem com Starling City e nem comigo! Vamos manter assim!
Até a próxima!
Dani

P.S.: Seguem os links paras os trailers da primeira, segunda e terceira temporadas, caso tenham queiram conhecer ou só rever. ;)





S01: https://www.youtube.com/watch?v=IoDTfmAG9Bc
S02: https://www.youtube.com/watch?v=ulHJqPbketQ
S03: https://www.youtube.com/watch?v=vp_HG7f-xng

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